Sim, mais um filme de vampiros. Mas este é bem diferente de Crepúsculo.Muito, muito diferente. Terrivelmente diferente. Primeiro que tudo, é um filme europeu. Compassado. Com um uso da neve da fria Suécia exímio, quase que sentimos o frio sentados na audiência. Depois, os seus dois actores principais, Kare Hedebrant como o bullied Oskar e a incrível, inesquecivel, quero-trabalhar-com-ela, olhar impressivo Lina Leandersson como Eli, o estranho vampiro que mora na porta ao lado. Ou vampira.
Há muita pouca conversa durante todo o filme, pequenos momentos de construção dramática impressiva (o significado do cubo de Rubik, os pequenos actos de Oskar) e alguns efeitos especiais que, embora raros, impressionam vivamente por irromperem num mundo aparentemente tão normal apesar de sombrio - lembro especialmente a cena em que a cama de uma recém-vampira se incendeia com a luz do sol.
A direcção de fotografia é de babar durante toda a duração do filme, os planos com espelhos geniais ao ponto de terem sido o meu tema de conversa com um fellow filmmaker durante os 15 minutos imediatos a termos acabado de ver a coisa, a maneira sóbria de filmagens - que atinge quase um orgasmo na cena final na piscina - só mostra que estamos claramente perante um realizador de respeito, sem explosões nem purpurina, e que claramente sabe contar histórias que nos atingem com uma veemência inesperada, diria eu. Eu faço questão de estar na sala no próximo filme deste senhor, sem sombra de dúvida.
E a música... a música é daquelas coisas que me faz estar grata por ter assistido a isto numa sala de cinema decente, com um bom som. O que Soderqvist faz com a banda sonora é visceral, parece brotar naturalmente da fria neve que vemos no ecrã. Sem nunca se sobrepor. O que é divinal.
A história provoca discussões, tem um final aberto, há tanta interpretação como pessoas. Passeando-me por fóruns deparo-me com coisas que nunca tinha pensado. Eu vejo o filme como uma estranha história de amor. Há quem o veja como uma amizade, uma metáfora, um novo caminho para o género de filmes de vampiros. Só há um consenso: este filme conseguiu um lugar na prateleira dos clássicos. Sem espetar dentes no pescoço de ninguém.
E a música... a música é daquelas coisas que me faz estar grata por ter assistido a isto numa sala de cinema decente, com um bom som. O que Soderqvist faz com a banda sonora é visceral, parece brotar naturalmente da fria neve que vemos no ecrã. Sem nunca se sobrepor. O que é divinal.
A história provoca discussões, tem um final aberto, há tanta interpretação como pessoas. Passeando-me por fóruns deparo-me com coisas que nunca tinha pensado. Eu vejo o filme como uma estranha história de amor. Há quem o veja como uma amizade, uma metáfora, um novo caminho para o género de filmes de vampiros. Só há um consenso: este filme conseguiu um lugar na prateleira dos clássicos. Sem espetar dentes no pescoço de ninguém.
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