Se há realizador que eu pensei que nunca, nunca me iria desiludir, esse era Tim Burton. Não havia um único filme em toda a sua longa lista (e eu vi-os todos, mes amis), que eu pudesse dizer, ná, não gostei lá muito desse. Mas estava já com receio que fosse acontecer alguma desgraça, algum dia. É inevitável, não é? E o destino tentou salvar-me, tendo demorado... um mês? mais? a conseguir ir ver este filme ao cinema. Toda a gente já tinha visto, as opiniões dividiam-se (COMO É QUE SE PODEM DIVIDIR??? COMO???), e eu achei por bem picar o ponto antes de chegar a Portugal.
Ora... nem sei por onde começar primeiro. Vamos pela história. Mas que raio? Sim, fazer uma sequela do Alice, muito boa ideia, toda a gente conhece a história original, também concordo, mas... que raio de história foi aquela? Sinceramente? Os primeiros dez minutos foram horrendos. E o resto do filme não melhorou. Aliás, quando Alice se atira para dentro do buraco no tronco de árvore, começa o verdadeiro pesadelo.
Não consigo ter qualquer empatia pela Alice, nem sequer rir do seu ridículo noivo, a única coisa que vejo acontecer são coisinhas pequenas desenhadas para fazer a plot avançar com o mínimo esforço possível, que não têm o menor interesse para mim (quero lá saber qual das rainhas ganha no fim, eu cortava a cabeça a ambas), a meia-hora do inicio já parecia que estava a assistir o filme há três horas, Helena Bonham Carter, minha cara, não consegues chegar sequer aos pés da Miranda Richardson no Blackadder II (e para a próxima, escolhe uma influência menos óbvia, ou disfarça mais), Johnny Depp, PORQUÊ?, e todos os sotaques durante o filme fizeram-me não perceber pívias do que se dizia a maior parte do tempo (legendas, onde, onde?). Feliz ou infelizmente, não senti a falta de perceber. Não me parece que fosse ter grande impacto na minha opinião final.
E sim, eu sei, mas qual é a onda do 3D? Porque raio foi este filme feito em 3D?? (em pós-produção, acrescento, como ávida leitora do American Cinematographer que me tenho tornado nos últimos tempos). Uma grande perda de tempo. E um grande roubo na minha carteira (aparentemente, nesta ilhota, pode-se reutilizar óculos 3D... pffff. Incha pelos óculos...).
Até a maldita música é irritante! Argh. E porquê tanta coisa à volta da "violência" da batalha final? Bocejo.
Eu tenho uma teoria (como sempre). Tim Burton + Disney NÃO FUNCIONA. E por favor, senhor Burton, e digo-lhe isto não como de um membro da audiencia para um realizador, mas como de uma realizadora grande admiradora e confiante no poder da revolução digital para outro - LARGUE OS BRINQUEDOS E TRABALHE. Sinceramente. Até eu me senti uma idólatra do 35 mm no fim deste filme...
Quando achamos que o nosso companheiro de desventuras gastou melhor o dinheiro do bilhete dele porque dormiu durante o filme quase todo... está tudo dito. Argh.
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