quinta-feira, abril 05, 2007

Música e Letra (2007), Mark Lawrence


Yeehhh, buga lavar o cérebro.... hum? Nem por isso...

Mark Lawrence, como vejo nas minhas cábulas electrónicas, fez as duas Miss Detective e ainda as Forças da Natureza. Tudo caminharia para um óptimo filme romântico, certo?
Ok, não sejamos tão más. O Hugh Grant a fazer de ex-estrela rock tem a sua piada. Os seus movimentos pélvicos também. Mas... hum... parece tãããão visto. E sabem que eu aprecio chick flicks, reconheço-lhes valor, etc. Mas tinha tanto para ser original, e falhou... Drew Barrymore. Um bocado apagadita, não? A personagem podia ser tão mais explorada, tão mais interessante... Um hurra para a rapariga que fez de caricatura da Britney Spears, a Haley Bennett. Vamos estar de olho nela.

Apetece-me chamar a atenção (a sério, eu hei-de escrever um dia a sério sobre isto) para a subversão de papéis dos sexos neste filme. Se bem que a irmã de Sophie personifique na perfeição a mulher que passa as noites a seguir as soap operas na tv, Sophe é a intelectual da história e Alex Fletcher o objecto sexual. Isto torna-se especialmente óbvio quando, após a cena de sexo debaixo do piano (em vez de em cima - algo diferente, obrigado) vemos Grant em pêlo e Barrymore pudicamente embrulhada na manta. Ok, depois temos Cora com os seus movimentos a apelar a luxúria, mas mesmo assim... algo se começa a adivinhar em Hollywood, digo eu...

O argumento está óptimo, grandes tiradas cómicas, etc. A subplot da relação esquisita entre Sophie e aquele escritor convencido foi uma boa aposta (ambos os elementos do par romântico têm problemas com o passado). A crítica à sociedade de entretenimento tipo fast-food (os best-selllers logo adaptados a filme, os programas de luta livre entre ex-estrelas, a pop star budista que julga que o Dalai Lama é, efectivamente, uma lama...) é o ponto forte da coisa, por assim dizer.

Palmas para os créditos iniciais (com o Hugh Grant com o penteado mais cómico do ano) e para os finais, se bem que a piada da operação às ancas resultou bem da primeira vez, mas à vigésima terceira já enjoava...

A música não é má, i.e., falo daquela que guia o fio condutor da história. Mas também há umas músicas conhecidas postas muito baixinho em background (começamos a pensar que a porcaria da sala não está bem isolada e estamos a ouvir o filme da sala ao lado...) que desconfio foram postas à traição para aumentar o número de faixas da banda sonora. Isso não se faz.

A elogiar também, e é tão raro haver elogios deste género neste género de filmes (estou a repetir género de propósito, só pra saberem) a fotografia. Sim, leram bem.

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