(como tenho as críticas aqui atrasadíssimas, resolvi apenas passar a crítica que mandei para a Cabra.... sorry)
E se um desconhecido lhe atropelasse o filho?
Ethan Learner (Joaquin Phoenix) é um professor universitário feliz, até ao dia em que, ao regressar do concerto do filho com a família, uma tragédia acontece em Reservation Road. Dwight Arno (Mark Ruffalo) é um advogado que tenta a todo o custo ser um bom pai para o seu único filho, que vive com a mãe. Um peso na consciência sobre uma certa noite em Reservation Road fá-lo viver angustiado, dividido entre a confissão do seu crime e o manter contacto com o seu filho.
Podia ser um novo 21 Gramas, mas Terry George (que já nos dera Hotel Ruanda) não consegue levar o espectador a questionar-se profundamente sobre os dilemas éticos que caem sobre as duas personagens principais (Será justo que o castigo por matar alguém seja a morte? Pode-se julgar as pessoas pelos seus actos? Deve-se chorar os mortos ou reaprender a viver com os vivos?), limitando-se a fazer-nos seguir atenta e tensamente a trama à superfície (que não é de modo nenhum superficial), esperando o momento de redenção final de ambos, que deixará, apesar de tudo, um gosto amargo na boca.
Joaquin Phoenix, quase irreconhecível na figura de barbudo patriarca, encarna um colosso de angústia, frustração e tristeza que nos leva à imediata simpatia pela personagem, deixando na sombra a sua mulher Grace, interpretada por Jennifer Connelly. Já Mark Ruffalo – o ponto forte do filme - impressiona pela capacidade de emprestar profundidade à personagem, a mais complexa da história, e a que mais facilmente soaria pouco credível se o actor não estivesse à altura.
De resto, é um filme que, entre ser um drama social e um drama doméstico, escolhe sem muita certeza a segunda opção, abandonando de todo a possibilidade de ser ambos e caindo em clichés que servem apenas para tentar manipular as emoções dos espectadores, numa abordagem “Casos da Vida Real” que não resulta de todo…
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