Poucos trailers tem tanto poder como o para esta pequena jóia de Natal: quantos de nós não se babaram abundantemente a olhar para um estranho mundo cheio de monstros e de um miúdo vestido de animalzinho peludo? Todos ADORAMOS coisas peludas. E quase todos adoramos Spike Jonze e o estranho mundo que ele gosta de criar para nós. A sua chamada marca de autor, algo que todos os infelizes alunos de escola de cinema se sentem compelidos a tentar ter mas que acabam a fazer o básico o mais depressa possível porque, bem, porque os nervos são uma coisa lixada...
Ora, neste filme eu comecei o caminho inverso: primeiro comecei a ler sobre a técnica envolvida (um belíssimo artigo na American Cinematographer online, que recomendo a maluquinhos da técnica como eu), e deixei-me totalmente na ignorância perante a Toda Poderosa História. Pensei, o Spike Jonze nunca me desiludiu, eu confio nele.
E ele não desiludiu, mas também não posso dizer que me tenha deixado com o queixo no chão e a mente a quinhentos mil à hora. Não me aborreci, mas apetece-me ver o filme outra vez? Nem por isso. A não ser pelo lado visual espampanante. Maldito 35 mm e todas as suas possibilidades expressivas. Muito boa escolha terem feito os monstros com fatos e não com CGI. Dá todo um ar retro à coisa que aquece o coração por dentro.
A história? Sim, eu sei que é a adaptação de uma história infantil, daquelas bem pequeninas, com letras gordas, e que, como todos os grandes clássicos da literatura infantil britanico-americana, eu não li. (algo que estou a tentar resolver o mais depressa possível - ou talvez guardar para quando me reproduzir...) Por isso, claro que o guião de um filme de duas horas teve de ir buscar materiais a outras coisas. Gosto da ideia de todos termos uma fera dentro de nós, gosto que algumas coisas da história não são óbvias (o que aconteceu ao pai do miúdo, afinal?), e gosto que toda a história pareça estar a ser contada por uma criança com uma imaginação delirante. Tudo isso é bom. Mas não senti uma catarse, não senti um pathos, nada. Sou uma insensível educada nas regras do storytelling e que conhece todos os esquemas e estratagemas para fazer uma audiência chorar? Sou uma vendida da técnica? Não sei. Os vendidos que foram ao cinema comigo também se ficaram pelo gostar sem adorações.
O grande factor X (ah ah) do filme será, sem dúvida alguma, Max Records, o pequeno actor que dá corpo e raiva à personagem de Max. O menino Records também participou em The Brothers Bloom, o que me dá uma imensa vontade de ver esse filme, e desde o primeiro momento em que aparece no ecrã neste filme, nós ficamos vidrados. Sim, ele é o Rei. Digno do trono.
O filme ideal para ir ver com criancinhas, ou o presente de Natal mais fofo. Um filme com garras pequeninas, que mal arranham, mas que impressionam pela beleza.
Ora, neste filme eu comecei o caminho inverso: primeiro comecei a ler sobre a técnica envolvida (um belíssimo artigo na American Cinematographer online, que recomendo a maluquinhos da técnica como eu), e deixei-me totalmente na ignorância perante a Toda Poderosa História. Pensei, o Spike Jonze nunca me desiludiu, eu confio nele.
E ele não desiludiu, mas também não posso dizer que me tenha deixado com o queixo no chão e a mente a quinhentos mil à hora. Não me aborreci, mas apetece-me ver o filme outra vez? Nem por isso. A não ser pelo lado visual espampanante. Maldito 35 mm e todas as suas possibilidades expressivas. Muito boa escolha terem feito os monstros com fatos e não com CGI. Dá todo um ar retro à coisa que aquece o coração por dentro.
A história? Sim, eu sei que é a adaptação de uma história infantil, daquelas bem pequeninas, com letras gordas, e que, como todos os grandes clássicos da literatura infantil britanico-americana, eu não li. (algo que estou a tentar resolver o mais depressa possível - ou talvez guardar para quando me reproduzir...) Por isso, claro que o guião de um filme de duas horas teve de ir buscar materiais a outras coisas. Gosto da ideia de todos termos uma fera dentro de nós, gosto que algumas coisas da história não são óbvias (o que aconteceu ao pai do miúdo, afinal?), e gosto que toda a história pareça estar a ser contada por uma criança com uma imaginação delirante. Tudo isso é bom. Mas não senti uma catarse, não senti um pathos, nada. Sou uma insensível educada nas regras do storytelling e que conhece todos os esquemas e estratagemas para fazer uma audiência chorar? Sou uma vendida da técnica? Não sei. Os vendidos que foram ao cinema comigo também se ficaram pelo gostar sem adorações.
O grande factor X (ah ah) do filme será, sem dúvida alguma, Max Records, o pequeno actor que dá corpo e raiva à personagem de Max. O menino Records também participou em The Brothers Bloom, o que me dá uma imensa vontade de ver esse filme, e desde o primeiro momento em que aparece no ecrã neste filme, nós ficamos vidrados. Sim, ele é o Rei. Digno do trono.
O filme ideal para ir ver com criancinhas, ou o presente de Natal mais fofo. Um filme com garras pequeninas, que mal arranham, mas que impressionam pela beleza.
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