terça-feira, julho 08, 2008

10.000 BC (2008), Rolland Emmerich


Emmerich, o Ed Wood dos grandes orçamentos, volta, desta vez sem destruir Nova Iorque, mas com pirâmides e extraterrestres – ele leva a definição de marca de autor demasiado literalmente, parece-me.

Não sei se foi de ir sem expectativas nenhumas, ou do último filme que tinha visto ser tão … tão… argh, o certo é que esta coisa com mamutes, pássaros estranhos e carnívoros (vide poster) e tigres dentes de sabre me tocou no fundo do meu ser. Desde o Shoot ‘em Up que não via uma coisa no cinema que me divertisse tanto.

Toda a mitologia em volta do herói, D’leh (um homem das cavernas que, evidentemente, fala inglês americano), que se torna o salvador da tribo apenas por acidente, é francamente ridícula, se contada, mas faz todo o sentido enquanto estamos no escuro a fazer barulho com a palhinha na Coca-Cola. Sim, porque ele irá salvar a sua amada, Evolet, das garras da terrível tribo nómada que a rouba a ela e aos seus amigos para trabalharem para lá do sol posto, nas pirâmides dos deuses dos céus.

Emmerich é o Spielberg da série B, só vos digo isso. O grau de xunguice que percorre todo o filme, com D’leh a proclamar a união entre todos os povos, enquanto tenta salvar a sua amada, é amigo dos animais (mesmo daqueles muito grandes e muito esfomeados), são-lhe dadas as sementes que o permitem passar ao próximo nível de civilização, e tudo isto com o seu peito masculíssimo sem um único pêlo… como é possível não gostar de algo tão descaradamente mau???

Infelizmente, parece que o tempo que perderam de volta do difícil efeito de fazer chover sobre um tigre dentes de sabre (demoravam semanas a renderizar um único minuto da cena) fê-los esquecer o render noutras partes, em que parece que mudamos drasticamente do HDV para a Super 8. (quando D’leh, já no Vale dos Reis, tenta convencer os guardas a unirem-se todos, qual movimento comunista, contra o patronato opressor). Mas que interessa, quando nas cenas seguintes nos tentam convencer que, 1. As pirâmides já estavam construídas antes mesmo de passarmos de caçadores para recolectores; 2. Foram os extraterrestres que as construíram, quer dizer, obrigaram os pobres dos humanos a construí-las. (boa jogada, o só vermos a cara do et no fim de ele estar morto. Aprende, Spielberg!)

E como não só de ets, marximo-leninista, mitologia grega e plantas que crescem se faz um filme, eis que no fim nos é dado o golden egg da série B: após matar uma das personagens mais importantes, Emmerich, descaradamente, RESSUSCITA-A!!!!! Muito bom, muito bom, muito bom!!!!

E sim, os mamutes são os novos pinguins. Sem dúvida. (numa nota mais séria, o filme avança imenso na junção de CGI com acção real, sem parecer o Quem tramou Roger Rabbit versão pc. Ou os Sims[1])

E porque mais filmes destes são precisos para alegrar o Verão,

Do Not Eat Me When I Save Your Life!



[1] Pois, estou de férias, vou poder jogar Sims até cair para o lado!!! Yehhh!!!!

1 comentário:

Kelita disse...

"jogar Sims até cair para o lado"?!... depois dizes que o leitor do teu portátil não funciona! é óbvio!!!O teu portátil entrou em negação! LOL

Estou a brincar... é que são quase 2 da matina, e eu já não sei o que escrever nos comments...

bjs