quinta-feira, julho 31, 2008

Indiana Jones and the Kingdom of the Crystal Skull (2008), Steven Spielbergl

Este é daqueles filmes que uma pessoa pensa, “bolas, tenho de ir ver isto ao cinema. Tenho a impressão remota que era grande fã quando era miúda, por isso não posso perder esta oportunidade única de ver o Harrison Ford e o seu chicote e chapéu e etc etc etc. Além disso é um filme do Spielberg sem Holocausto, pró-semitismo ou extraterrestres.”

Quer dizer, o que pode correr mal, numa fórmula tão garantida? Todos gostamos de arqueólogos, têm o seu quê de perigoso e ousadia (os dos filmes, porque os da vida real não são bem assim – não, nada de Henry Jones ou Lara Croft nesta aborrecida dimensão…) Quantos foram estudar História por causa destes filmes? (quase tantos como os que foram para advocacia por causa da Ally McBeal ou para cinema por causa do Dawson’s Creek ou para enfermagem por causa do ER.)

Desta vez a acção passa-se nos anos 50, em plena guerra fria. E em vez de nazis temos os sempre divertidos russos, que na persona fascinante de Irina Spalko(Cate Blanchett) querem o conhecimento total. Ahhhhh… Acrescente-se o regresso da kiducha Marion Ravenwood, e do seu filho billyboy Mutt Williams, e temos uma boa premissa…

Mais uma vez, tudo joga no ‘Dr. Jones is older’. A reconstituição de época está bastante bem feita (estereótipos à parte – ah ah ah, rockabillies vs. Desportistas), Cate Blanchett é a coisa mais deliciosa que nos aparece no ecrã – o sotaque é tão bom, que desconfiamos se ela não será MESMO uma espia russa… Harrison Ford está muito bem (pudera, é o único papel que sabe fazer, e ninguém o faz como ele… :D brincadeirinha). É claro que se ele tivesse recusado participar na quarta parte da trilogia (oh, Douglas Adams, meu amori), Blanchett teria decerto feito um óptimo trabalho e sido nomeada para melhor actor 2008 (perdendo para o Ledger, claro). Shia Labeouf (raio de nome)… lá está, John Hurt é John ‘Elephant’ Hurt e por isso inatacável e Sean Connery faz a sua melhor interpretação de sempre como fotografia em moldura. Estive sempre à espera que entrasse um cameo de um Rolling Stone a qualquer momento, mas não, felizmente.

Deixando de ser mazinha, as expectativas eram médio-altas e o filme não desilude (se resolvermos esquecer a sequência formigas gigantes e macacos com armas… Lucas aproveitou a folga de Spielberg, claramente, para brincar com os computadores do CGI). Temos umas referências subtis aos filmes anteriores da série, e também algumas private jokes dos dois realizadores (que já cresciam).

Música John Williams – trabalho interessante no ta, tadatá…. Ta, tadá!... ta, tadatááááá´… ta tada ta tá… Adoro quando vemos pela primeira vez a sombra de Indy a agarrar no seu chapéu, em sombra… e, claro, o grande momentos das Cobras, esses bichos nojentos que fazem o senhor arqueólogo arrepiar-se de medo (inda mais depois da revelação que acabara de ter…)

O fim fim é novelesco (no sentido tviístico da palavra), o clímax – argh – um bocado fora e surreal demais, não? Os elementos sobrenaturais dos outros filmes não me chocaram tanto (ou então era por ser miúda), mas estes… hum… não sei não. Demasiado ahahahahahhahahahahaha.

Volta, ET, estás perdoado.

1 comentário:

Kelita disse...

Espectacular!
Adorei quando referiste a participação de Sean Connery, com o pormenor da fotografia na moldura! LINDO!