quinta-feira, novembro 13, 2008

007 - Quantum of Solace (2008), Mark Forster

Sim, é verdade, fui ver o 007. Batam-me. Quer dizer, no sentido que me vendi ao blockbuster da semana em detrimento de coisas tão mais out e underground como filmes portugueses falados em inglês, thrillers com pacinos e deniros e biografias não escandalosas realizadas pelo Oliver Stone. Ahhhh, já se adivinha no ar o cheiro a silly christmas season…

E, como devem estar lembrados (aliás, de certeza que não, que têm mais do que fazer), eu não fui ver o primeiro porque a Marie Antoinette estava na sala ao lado… E não, até hoje não me deu vontade nenhuma de o ir alugar ao videoclube, e como também, que eu saiba, não passou na televisão…

Deixemo-nos de rodeios. Fui ver o filme porque me apetecia ver o Daniel Craig em tronco nu. E nesse aspecto não fui defraldada. Mais, até posso dizer que vi mais do que esperava…

Mas voltando ao filme. Sim, muito dele me passou ao lado porque não vi a ‘primeira’ parte, mas como não sou parva nenhuma, e como todos os filmes (?) são feitos para funcionarem por si, até que percebi, se não tudo, quase tudo. Portanto a última bond girl foi morta, e ele está tão aborrecido com isso que, em actos de fazer inveja a muitas TPM’s, mata tudo e todos os que o chateiam ligeiramente. De uma maneira tal que até chateia a M. E no decorrer do filme ele consegue perceber que afinal a miúda não o tinha traído, mas morrido por ele, e a modos que ultrapassa isso (ou não).

E como não estou com disposição de fazer uma grande análise de um filme que, acima de tudo, é entretenimento e eu gosto que ele continue a ser assim na minha cabeça (também preciso, bolas), passemos às enumerações idiotas de grandes momentos e momentos dispensáveis, tão mais fáceis de fazer do que uma crítica séria conseguida. Querem crítica a sério? Peguem em 9 euros e vão comprar a Sight and Sound.

Portanto, grandes momentos: perseguição de carros inicial. Uau. Planos que só demoravam um minuto, etc etc. Mal empregado Austin Martin. A punch scene final dessa perseguição, muito boa também; o mau humor do senhor Bond, divertidíssimo; Craig em tronco nu; Craig numa mota, Craig num barco a fazer quase que uma homenagem à perseguição de carros inicial; Rapariga morta numa hommage ao Goldfinger, mas com algo hoje muito mais valioso que o ouro; momentos ocasionais de humor com a ideia de ‘dois professores de licença… que ganharam a lotaria’; a legenda ‘Londres’ com chuva a cair. Sim, tem sempre piada, mesmo no fim de saber que não é completamente verdade.

Momentos dispensáveis: os créditos iniciais, uma impressão ainda mais reforçada pela voz da Alicia Keys (agradeço a correcção, Dário) ; a mancha nas costas da Bond Girl, que parecia uma doença de pele muito repugnante, mas depois, pela lógica apenas (e não por demonstração directa), se percebe que é uma queimadura…; a Bond Girl não tem assim muito potencial, pois não? ; a sensação de que falta alguma coisa, que o filme foi feito só por ser e que Marc Forster tem andado numa de má inspiração de pelo menos 3 anos para cá; que raio era o quantum of solace, afinal? Não se percebe qual o objectivo do senhor espião inglês, de maneira nenhuma.

De qualquer maneira, entre isto e o que para aí andava nas salas, não me parece que seja tempo perdido. Não tão bom como os ‘clássicos’, e pelos vistos todos dizem que o anterior bate-lhe aos pontos. Demasiado modernaço, afinal? Para mim falhou sobretudo não ter o Daniel Craig de calções… outra vez.

5 comentários:

dermot disse...

No geral: mau. Primeiro, isto não é o bond a que estamos habituados. O Casino Royale esforçava-se por ser, mas neste os produtores cagaram de alto.
Depois, a bond girl pode ser fraca (a queimadura era do quê?), mas a Strawberry Fields era tão sonsa que meu deus. O quantum of solace é mau como título. E as cenas de acção eram horrivelmente mal montadas: não se percebiam nada e faziam dor de cabeça. Mas eu gosto do Marc Fortster apesar de não ver nada dela aí a uns, sei lá, 3 filmes.

Max disse...

Primeiro quero dizer ao dermot que apesar de não ser nenhum cinema critic, acho que é fácil demais simplesmente dizer que é mau (de várias maneiras) pois isso é uma critíca muito pouco construtiva..! Segundo quero que se note que não me dei ao trabalho de ver o Casino Royale por isso não sei quão válidos são os meus argumentos

Não sei como era o Bond do Casino Royale, mas realmente é um Bond muito diferente de todos os anteriores, mas esta a ironia pois retrata um personagem semelhante ao original dos novels do Ian fleming, como vários critícos comentaram.

Embora professional este é frio, brutal e imperfeito. Sim acaba por dar cabo dos gajos com quem anda a pancada mas nem sempre o faz da maneira elegante típica dos bonds anteriores, levando na cara a sua metade da porrada e acabando com as maõs ensanguentadas.. Diria que embora não seja os velhos românticos bonds tambem gosto pois acho que tem um aspecto realista..!

Quanto aos shots das cenas de acção não sei se estarei a dar demasiado crédito ao director mas acho que o objectivo era mesmo esse de mal se perceberem e de dar dor de cabeça, pois é basicamente para fazer o espectador sentir e perceptir de modo semelhante aos personagens nessas cenas..! Basicamente continua nesta temática de realismo, imperfeição e brutalidade.

Álias notei uns promenores que confirmam isto como por exemplo se bem me lembro quando o bond esta a falar com a M a pedir que façam um name check ou assim e o gajo engana-se a escrever o nome a a metade..!

Mas a storyline nos detalhes realmente deixa muitas coisas no ar e mal explicadas até parece que se esqueecem de certos promenores.. e realmente tenho que concordar que as bond girls são bastante sem sal no aspecto de profundidade de personagem mas para compensar são girinhas como sempre..!

Bem no fim concordo com a LadyS eu fui ver o filme mais por futilidades como as bond girls (o daniel craig no caso dela), explosões e chases do que para ser estimulado intelectualmente.

Bem desculpem me por me estar para aqui a queixar e a escrever demais mas estou a fazer uma directa a trabalhar e estava a precisar dum break..!

PS xi.. fiz um pre visualizar realmente escrevi mesmo demais..

Dário Ribeiro disse...

Ora bem, começando por dizer que este Bond não se compara de facto ao excelente Casino Royale, depois de digerido, tem de ser relembrado e analisado por aquilo que é: uma rápida (é o filme mais curto de tooooda a saga) transição para o próximo Bond, onde juram as crónicas, iremos assistir a nova evolução do personagem, bem ao estilo do que Craig nos deu na sua estreia. Mas aqui, tudo fez lembrar muito Jason Bourne, sem dúvida...

E tentando responder a algumas questões do dermot e do max: bem, as queimaduras da rapariga mais não são que as sequelas do, por ela recordado a meio do filme, trauma de infância lá na terrinha dela quando o terrivel general incendeia a casa com a familia lá dentro... E daí todo aquele aterrorizante dejá-vu final no covil do vilão empresário (até que aparece a Claire Bennet travestida de James Bond)...

Quantum of Solace começa por ser uma expressão usada por Fleming num dos seus romances. Quanto ao seu significado aqui, ainda se aceitam apostas: uns procuram associações com a sua tradução ("medidade consolação" ou "uma certa quantidade de conforto") inseria num dos subplots do filme, outros preferem apostar em que estamos perante uma refer~encia a uma organização aindana sombra, muito ao estilo SPECTRE...

E não achei a Miss Strawberry Fields menos sonsa que tantas outras bond girls ao longo do filme. Achei até que esta foi apenas mais uma das muitas prometidas piscadelas (Miss Moneypenny?) á saga até vermos Bond tal como o conhecemos...

Finalizando, LadyS tem mesmo dever o Casino! Mau timing: devias mesmo ter perdido este e ter ido ver o 1º. Não só pelo filme de Campbell ser, senão o melhor, um dos melhores da saga (também não é dificil), como estamos perante a melhor bond girl enquanto personagem e os diálogos entre ela e Bond serem os mais bem escritos de toda a saga (Paul Haggis rula). E já agora... Mariah Carey? Diz antes minha querida Alicia Keys, como é que te deixaste convencer (música fraquinha de facto)....

LadyS disse...

Hi, finalmente um bom e construtivo feedback! Há quanto tempo...

E sim, Dário, se não fosses tu a esclarecer-me nos recônditos da música pop, que seria de mim, que só me babo por Elfmans e Glasses e tal... :D

dermot disse...

Música fraquinha, Dário?
Oh diacho...