segunda-feira, outubro 12, 2009

G-Force (2009), Hoyt Yeatman


Porquinhos da Índia (não hamsters, sublinhe-se) que são espiões. E assim acaba a minha crítica.

Porque, sinceramente, o que é que é preciso saber mais? Jerry Bruckheimer tinha uns dólares para queimar e resolveu, eh, buga lá fazer um filme sobre porquinhos da índia treinados por um programa especial do governo para trabalhar para o FBI. Infelizmente – porque toda e qualquer polémica sobe os números das bilheteiras exponencialmente – a PETA não se pronunciou sobre o assunto. A comunidade de porquinhos da índia está a pensar enviar alguns representantes para defecar no computador pessoal de Bruckheimer, mas sabem como são estas coisas, fala-se fala-se fala-se mas mostrar o rabo à televisão não é qualquer um.

A resposta da Walt Disney ao tão aguardado e baladado Up! não podia ter falhado tanto o alvo. Com nomes como Penélope Cruz, Nicolas Cage e Steve Buscemi a dar a voz aos roedores, esperávamos mais. Mas afinal, tudo o que temos são cerca de duas horas de uma fórmula clássica – os bons da fita que têm de lutar para as autoridades os deixarem fazer o seu papel – com um pequeno twist final inesperado também formulaico (e, diga-se de passagem, muito mal resolvido, tudo em nome de não traumatizar as criancinhas com personagens complexas). O herói, o compincha, a sexy e o nerd compõem o quarteto inicial, que adopta mais tarde um bem vindo descabelado sem família. E no fim do filme por quem é que o nosso coração torce? Pelo hamster cuja avó conheceu um furão em tempos... Sim, a maior falha de Força G é não ter um vilão. Como pode o Bem combater o Mal quando este não é suficientemente interessante para o público? ONDE ESTÁ O LOBO MAU DESTE FILME???

Não é que não seja – como chamam nos últimos tempos quase como um insulto – ‘filme de família’ – mas nada tem que o distinga de tantos tantos outros que encontramos frequentemente entre zappings. E sabendo que a Pixar tem nos últimos tempos levantado ousadamente a fasquia do filme de animação, levando-o a todas as gerações (agradando a Gregos e Troianos, pode-se mesmo dizer), parece mal que da Disney não consigamos ver sequer uma gotinha de suor de esforço para ser especial.

De positivo apontamos o grande desenvolvimento do departamento de efeitos especiais, conseguindo juntar credivelmente personagens virtuais bastante peludas a actores de carne e osso. As cenas de acção são também exímias, mas nada nos consegue salvar dos bocejos que os intervalos entre perseguições, fugas ou destruições mundiais nos proporcionam. Sim, podia ser muito pior. Assim como está, é um regalo para os olhos facilmente esquecível alguns minutos após o visionamento. Se é isso que procuram, Força G não desilude. Se se habituaram nos últimos tempos a ver filmes de animação que vos deixam o coração cheio durante semanas... vão à sala ao lado.

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