segunda-feira, janeiro 22, 2007

Jules et Jim (1962), François Truffaut

Eis o primeiro filme da Nouvelle Vague que eu vi no início ao fim. O meu primeiro filme do Truffaut (que gosto de tratar carinhosamente por Trufas). Um marco na minha quase inexistente cultura cinéfila.

Uma história de um triângulo amoroso por várias décadas. Claro que eu tinha de ir ver, não é, mes amis? Adoro histórias de amor a três, são TÃO divertidas… desde que se limitem às páginas de um livro ou ao ecrã, claro. Acho eu.

Jules e Jim, um austríaco e um francês, grandes amigos, divididos pela existência de Catherine, uma mulher com M grande, que tem uma concepção deliciosamente progressista do Amor. Je t’aime, je ne t’aime pas, peut-être je t’amerai quelque jour, je t’aime non plus… A actriz Marie Dubois é absolutamente encantadora, inspiradora, como a compreendemos e odiamos ao mesmo tempo por brincar com os sentimentos do pobre Jules (sim, porque Jim é da mesma farinha que ela…).

O homem que diz ‘os cinéfilos são pessoas doentes’ mostrou-me que a Nouvelle Vague não era o papão que eu sonhava, depois de ter tentado ver três vezes o Toujours Mozart do Godard. Mais, uma adaptação literária (da obra homónima de Henry-Pierre Roché) que não hesita em utilizar frases e frases numa voz-over que fala à velocidade da luz. Sem se tornar aborrecido. Aprendam, portugueses de Portugal! Para mim, que estou a braços com uma adaptação, foi inspirador.

A montagem é rápida, incisiva, dá todo um ritmo que não nos deixa bocejar. Grandes frases presentes por ali e acolá (gostei especialmente daquela: numa relação um dos membros tem de ser sempre fiel. O outro.)

Até tenho medo de dizer seja o que for sobre o filme. É bom, muito bom. Chega? Tem a avaliação do tempo a apoiá-lo, quem sou eu pra dizer mal? Aliás, nem sei o que dizer mal.

Pontos positivos: vontade de ver mais filmes do Trufas. Isto pode ser o início de uma bela amizade (sim, também já vi o Casablanca, alas…) E mais, resolvi dar uma nova oportunidade ao Godard, desta vez começando a ver Le Mépris, com a Brigitte Bardot, que está prestes a tornar-se na minha Mónica Bellucci vintage… Só aquele ar de fastio…

1 comentário:

S.B. disse...

O Desprezo é muito bom!! Não tão bom como o Acossado, mas vale bem a pena :) Bardot é uma diva e ainda por cima o filme tem uma participação do Fritz Lang, o que é por si só uma boa razão para ver o filme :)

Sandra.