quarta-feira, março 12, 2008

Asterix aux jeux Olimpiques (2008), Frédéric Forestier e Thomas Langmann


Eu sei que já escrevi, uma vez pelo menos, que achava idiota (idiota talvez seja uma palavra fraca demais para o meu sentimento) que se criticassem filmes com base em coisas anteriores do realizador – julgo que foi com o último Allen que me saiu qualquer coisa do género. Ora bolas, lá vou eu contradizer-me. Ou não exactamente.

A verdade é que no meu top pessoal de comédias, vem Asterix & Obélix Missão Cleópatra. Pronto, crucifiquem-me. Um guilty pleasure, e depois? É que o filme é tão genial do início ao fim…e é daqueles em que passamos meses e meses a citar piadinhas do filme… Onde está o mémé? Onde está o mémé? (além daquele momento clichetóide da música romântica quando Asteríx(co) vê Beijofibis, com o vento nos cabelos e coiso e tal. Gosto tanto da cena que basta o vento bater-me nos cabelos para ficar loucamente apaixonada – por mim própria, sempre).

Mas não é desse filme que estamos a falar aqui. É do seu sucessor, Asterix nos Jogos Olímpicos. Ora, a primeira vez que vi o teaser, achei piada. À segunda e terceira vez, começou a irritar. Mas mesmo assim desloquei-me ao centro comercial do inferno para ver o filme (noblesse e Cabra oblige).

Hum…

O aborrecido é que um filme com tantas potencialidades só tenha razado o razoável quase bom nos dez minutos finais (e mesmo assim perdendo com a repetição excessiva da mesma piadinha) e na corrida de quadrigas – Germany always the best. Mas… argh. Uma comédia presume… mas isto sou eu a dar palpites… que se provoquem risos na audiência? Sorrisos pelo menos? Ou o filme é mesmo demasiado francês (não acredito – a comédia francesa pode não ser tão excitante e aventurosamente deslavada como a britânica, mas é interessante q.b. – vide Grrrrrrr!), ou ficou demasiado fiel ao livro (espero bem que não, quer dizer, um livro tão insosso?), ou então o Missão Cleópatra foi um feliz acidente e este último filme resolveu voltar ao nível fraquito do primeiro – talvez conseguindo ainda o superar em desinteresse?

Depois… cadê os grandes momentos musicais? Cadê o ir além das personagens? Ah ah, um romano a ser sovado, ah ah, Obélix e Asterix a zangarem-se, ah ah.

?

E aquele Brutus (interpretado por Benoit Poelvoorde), ou é muito bom actor e consegue irritar-nos como personagem, ou é mau actor e irrita-nos com a sua irritante representação. César sim, César é muito, muito bom- menos não se esperava de Alain Delon. O pequeno tique dos lábios define na perfeição toda uma personalidade complexa. Ah, actores do Método, como gostamos de vocês…

Acho que tudo se resume a eu dizer que o momento alto do filme é quando aparece no ecrã uma das personagens do Missão Cleópatra. Quer dizer, quando os próprios realizadores reconhecem a sua impotência e resolvem servir-se da genialidade do anterior(volta, Alain Chabat, temos saudades) para arrancar risos ao público, está tudo dito, não?

1 comentário:

Kelita disse...

está bem dito!
Uma vez que falaste de comédia britânica e comédia francesa, e embora também não conheça muito do reportório francês, deixa-me aconselhar os filmes "Taxi" 1, 2, 3 e 4.
É muito bom!!!

bjs