sexta-feira, agosto 01, 2008

Run Fatboy Run (2007), David Schwimmer

Que a presença de Simon Pegg não vos iluda: isto não é Hot Fuss. A primeira coisa que fica clara após o visionamento do filme é que a Nike é o seu principal patrocinador. A segunda é que David Schwimmer ainda tem muito que aprender como realizador. A terceira é que Pegg é muito mais divertido, apesar de tudo, do que Julia Roberts (e usa melhores sapatilhas).

Dennis Doyle, guarda, fugiu do seu casamento e, ironia das ironias, tem de voltar a correr para ele. Tem um arqui-inimigo, Whit (Hank Azaria, a voz do Moe dos Simpsons, numa de trivia fútil), que lhe tenta roubar a mais que amada, ex-noiva e mãe do seu filho, Libby. Para provar que é um homem de compromissos, e que se esforça para conseguir as coisas que realmente quer, Dennis inscreve-se na Grande Maratona de Londres, onde Whit corre todos os anos. Após um treino que joga com os sempre-eternos clichés do treino (Eye of the tiger…), ajudado pelo seu senhorio Mr. Goshdashtidar e o amigo naturalista Gordon, Dennis lá vai correr, mas uma rasteira feita por Whit lesiona-o. É claro que o nosso herói não se deixa abater e arrasta-se para a meta a uma velocidade sofrível, acompanhado por jornalistas, apoiantes e outros ocasionais. E sim, fica com a rapariga no fim. Ahhhhhh…. Que surpresa…

A história não tem tanto humor britânico como eu gostaria de ver, mas tem os seus momentos. As personagens não são de todo superficiais (Libby por exemplo), mas fazer de Whit um malvado parece-me demasiado fácil. A marca da Nike constantemente a aparecer no ecrã também irrita um bocado.

Mas pronto, aquele grande tema da perseverança a todo o custo, a beleza em podermos recuperar o amor da nossa vida com imenso esforço, a ideia peregrina que todo o desportista tem um lado negro, que não há homens perfeitos e que as mulheres têm de se contentar com o abaixo de forma e falhado que gosta delas, porque os bem-sucedidos são o demo (se bem que eu não me importava de dar umas voltinhas com o Pegg, mas o que quero dizer é que comédias românticas realizadas por homens vão dar sempre a esta parede – oh pra nós tão feios, gostem de nós… credo. Se bem que Schwimmer não vai, felizmente, ao ridículo de Appatow)

E é sempre agradável ver pessoas a correr e a suar enquanto nos empaturramos de pipocas nas cadeiras desconfortáveis da Lusomundo. Porque até temos a sensação de fazermos exercício, bolas. Se bem que sem resultados visíveis…